As primeiras luzes da manhã - um carinho na alma!


Uma situação vivida por muitas e porque não dizer por todas as mulheres casadas há um certo tempo. A rotina que se estabelece entre o casal, a vida corrida e seus inúmeros compromissos. A acomodação dos sentimentos que levam tantas pessoas, e nisso falo não somente da condição feminina, mas do homem também, a ficarem insatisfeitos com suas vidas.
O livro As primeiras luzes da manhã, do autor italiano Fabio Volo trata dessa temática. Tendo como personagem principal que conduz toda a trama, uma mulher, o autor consegue traduzir de forma espetacular a alma feminina. Suas fantasias, seus medos, suas frustrações, seus sonhos de menina que pouco a pouco vão abaixo por conta de uma vida a dois extremamente solitária.
Elena, uma mulher próxima dos quarenta anos, casada com Paolo, um homem pacato, apagado, calado. Profissional, vive uma vida cheia de acontecimentos na empresa, mas que ao chegar em sua casa, entendia-se profundamente com a falta de diálogo, falta de companheirismo, falta de tesão entre ela e seu marido. Duas vidas que se desbotaram pelo tempo e que hoje, tal convivência passa a sufocá-la.
Num diálogo interno,o livro vai montando um quebra-cabeça através de capítulos curtos que representam as páginas desse diário e o dia a dia da mulher que chega a um tal ponto de insatisfação que a leva a sair de sua paralisia diante da vida e sai em busca de si própria e seu autoconhecimento emocional.
É interessante como alguns livros não te chamam a atenção de imediato. É o caso desse. Com uma capa que passa desapercebida, em outras ocasiões nem prestei maiores atenções nele.

No entanto, lendo um artigo sobre esse escritor na revista Comunità Italiana, fiquei curiosa em conhecer sua obra. Considerado atualmente como um dos melhores escritores italianos, Fabio, além de escrever, é ator, diretor de TV e de rádio. A leitura é envolvente e acabei lendo ele no intervalo que levo de manhã para o trabalho e ao retornar para casa a noite. Em outras palavras, é impossível largar! Ah! E tem mais: já que estamos na onda de literatura erótica, esse aqui dá de 10 a 0 na trilogia 50 tons de cinza. É um erotismo de bom gosto, muito bem escrito e verossímil. É minha dica de leitura!

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